Imbuaça encanta público do IV Festival de Arte de Tobias Barreto

Imbuaça | Foto: Notícias a Granel

Pela primeira vez em 36 anos de história, o grupo de teatro de rua mais antigo do país se apresentou para o público de Tobias Barreto. Apesar de apenas cerca de 120 quilômetros separarem o grupo Imbuaça, de Aracaju, dos tobienses, a oportunidade do encontro só aconteceu no último sábado, 26 de outubro, no IV Tobiarte. Chance para muitos dos presentes assistirem a uma peça teatral pela primeira vez.

Joenice Reis | Foto: Notícias a Granel

“Estou impressionada. Eu nunca tinha assistido a uma peça na minha vida. E olha que eu tenho 42 anos. Meus dois filhos também estão aqui assistindo pela primeira vez. Importantíssima essa oportunidade, se todo o jovem pudesse. É uma riqueza de conhecimento e aprendizado”, afirmou Joenice Reis, baiana que mora há 19 anos em Tobias Barreto.

Para a atriz Isabel Santos, a função do Festival de Arte de Tobias Barreto foi bem cumprida. “Representa o fino da democratização da arte. Somos um Estado super pequeno e temos pouquíssimos eventos dessa natureza como o TobiArte. Nós temos Laranjeiras, já tivemos Estância, já tivemos Propriá, e hoje a gente carece muito. Então todas essas ideias e propostas são super bem-vindas, principalmente em municípios distantes da capital em que as pessoas em 90% das vezes não têm a chance de se deslocar pra ver espetáculos em Aracaju”, ressaltou a atriz.

Ela lembrou ainda que o benefício é de todos. “As prefeituras e Secretarias de Cultura têm que fomentar exatamente isso para que as produções e os artistas possam estar circulando nessas cidades e mostrando seu trabalho. Pelo lado do artista é maravilhoso porque cria a questão da mão-de-obra, do trabalho, da produção artística, e para o público tem o acesso a essas diversas linguagens, como música, dança, teatro, artes plásticas. Isso é maravilhoso! E o TobiArte está de parabéns em relação a isso. O Imbuaça nunca veio aqui em Tobias Barreto em 36 anos e hoje nós tivemos esse público gigantesco”, atestou Isabel.

Atirson, Ingrid e Cauã | Foto: Notícias a Granel

Entre os espectadores, muitas crianças maravilhadas com as cores e a história da Farsa dos Opostos. Cauã, Atirson e Ingrid assistiram tudo da primeira fila e viram de perto personagens fantásticos. “Gostei muito da rainha”, “Gostei de tudo”, “Gostei mais do final”.

A estrutura fornecida ao público foi elogiada pelo diretor do Imbuaça, Iradilson Bispo. “Acho que é importante principalmente essa coisa de oferecer conforto ao público. Isso é fundamental. Quando você põe uma arquibancada, por exemplo. Está de parabéns toda a organização porque é uma festa bonita. E a gente sabe qual é o esforço que uma prefeitura e que uma secretaria fazem para manter uma coisa dessas”, ressaltou ele.

Sobre a apresentação do Imbuaça, o diretor falou da recepção popular: “Em primeiro lugar é democrático, porque proporciona a todos sem distinção. O teatro de sala é importante, claro, mas neste caso o teatro de rua é bem mais propício porque as pessoas não estão acostumadas a ver teatro, então se você vê na rua, não precisa adentrar porta nenhuma, já está acontecendo, e ali mesmo você vê. E o que é legal é que muitas vezes as pessoas não vêm pra ver, elas acabam parando porque a coisa interessa e elas vão ficando e ficando”.

Outro convidado vindo pela primeira vez à cidade foi o barco-de-fogo de Estância, que iluminou a Avenida 7 de Junho. Espadas de fogo também foram acesas e divertiram o público tobiense. Assim como as apresentações do cortejo folclórico, que contou no quarto dia do IV TobiArte com a presença do grupo Lambe-Sujos de Mestre Chupinha Samba Negro e as Indiarobaianas, de Indiaroba; o Maculelê e o Reisado de Lagarto; a Batucada de Buscapé de Estância; o Reisado de Rosário; o Pífano de Santa Luzia; as Taieras, o Samba de Coco e o Carimbó de Lagarto; e o Maculelê de Tobias Barreto.

Na arena Aderbal Correia, na Praça do Cruzeiro, apresentaram-se ainda o grupo Raízes Nordestinas, de Poço Redondo, e a Companhia Imprevisível, de Aracaju, além da Orquestra Sinfônica 28 de Agosto, de Itabaiana. Neste domingo, 27, acontece o encerramento do festival com a apresentação no mesmo local da Palhaça Carmela, com o espetáculo Retalhos; do grupo Boca de Cena, com Nossa terra, nossos contos, e do grupo Êthxa!, com a peça Dando Nó em Pingo D’água, todos de Aracaju.